Artigo

Qual a lógica?

Por Nery Porto Fabres
Professor

Se a política é uma empresa organizada e tem toda a estrutura necessária para gerar lucro e empregos atrativos, qual a lógica de se combater a política? Vamos lá! A resposta é longa, mas é bem simples. Imagina uma empresa brasileira que vende vestuário e emprega milhares de funcionários.
Agora imagine estes empregados comprando vestuário pela internet em empresas chinesas, todos os produtos sem impostos e, obviamente, bem mais baratos.
Por essa lógica os empregados das empresas brasileiras estarão economizando dinheiro e com isso poderão comprar mais produtos. Na economia se diz que se pode incluir mais itens na cesta.
Pois bem, se as compras são no exterior e sem impostos, os trabalhadores estarão gastando os seus salários e não estarão aquecendo a economia brasileira.
E, por conseguinte, o Brasil estará deixando de arrecadar os impostos das vendas dos produtos nacionais, por estarem competindo diretamente com os produtos da China, por exemplo, e com isso acaba sem caixa para custear os programas sociais.
Também os empresários do Brasil estarão com os produtos encalhados nas prateleiras e sem expectativa de vendas. E isso pode gerar a falência destas empresas nacionais.
Havendo a falência, haverá demissões em massa. E os desempregados irão recorrer ao governo para receberem auxílio desemprego.
Então, a política de incentivo à livre concorrência, sem proteção do mercado interno, geraria uma quebradeira nas empresas brasileiras.
Pois bem, agora imagine que um partido político é uma empresa e os outros partidos são seus concorrentes externos.
Digamos que o partido A está governando o País e empregou milhões de seus militantes na administração pública, alguns em cargos de comissão, outros em empregos por indicação legal e aí entra o Supremo Tribunal Federal.
Também muitos outros empregos foram alcançados em concursos públicos organizados para selecionar militantes do partido do governo em cargos que estão diretamente ligados ao controle da máquina pública.
Para ficar mais claro, os partidos políticos se organizam para firmarem alianças e acordos que facilitam este domínio e anulam a concorrência, partidos de oposição.
Nesta comparação há duas medidas a serem tomadas. A barreira de proteção entre os aliados que se iguala ao aumento de tarifas de importação das empresas que competem diretamente com os empresários nacionais e a lealdade partidária que os militantes devem a seus partidos, da mesma forma que os empregados das empresas nacionais deveriam, em tese, terem com os seus empregadores.
Portanto, a economia e a política têm o mesmo suporte estrutural. Isso quer dizer que a lógica de combater a política é de não permitir o controle de tudo e de todos. Porque sem liberdade, fraternidade e igualdade, não há Estado Democrático de Direito. E os partidos políticos não estão administrando os tributos do povo para o povo e sim para a construção deste domínio.

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